sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sobre o palavrão

       Sobre o texto de Carlos Drummond , postado aqui ,
o  poeta escreveu o palavrão, e eu resolvi postar sem eliminar
nenhuma palavra do texto original... afinal os poetas escrevem
bonito mas também falam , digo escrevem palavrões... quando,
como é o caso ...pernilongos os aborrecem...
      Normal... ué!


                                                              Por Ivani Milani

Pensamentos de vingança


      Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem.  A noite era quente e calma, e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor!    Percebendo minha aparente indiferença,aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos.
      Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci.
      Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão.Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite. Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama, te esperar. Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força. Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo.
Só assim, livrar-me-ei de ti, pernilongo Filho da Puta!!!!

O Poeta Manuel Bandeira

A ESTRELA


Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.
Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
Por que da sua distância
Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alto luzia?
E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu dia.


autor: Manuel Bandeira